Bitcoin se torna hedge global com ETFs de US$ 400 bi em 2026
O Bitcoin e outras criptomoedas estão prestes a passar por um grande desenvolvimento em 2026. As expectativas estão altíssimas, principalmente com o aumento da participação de governos, bancos e outros investidores no mercado. Um relatório da 21shares, uma empresa que trabalha com fundos e produtos de criptomoedas, aponta que a liquidez e a institucionalização do setor só tendem a crescer.
Uma das principais apostas é que o Bitcoin pode alcançar um novo recorde no próximo ano. Curiosamente, o que se percebe é que o ciclo de valorização, que costumava seguir uma rotina de quatro em quatro anos, está mudando. A demanda está tão intensa que, segundo a 21shares, em 2024, o volume de ETFs e a entrada de investidores institucionais absorveram seis vezes mais bitcoins do que o total minerado no ano inteiro.
Conforme as instituições se tornam mais ativas, a forma como os preços se comportam também muda. O CEO da 21shares, Russell Barlow, comentou que cada ciclo agora traz retornos menores e correções mais suaves. Em 2024, por exemplo, a queda do Bitcoin em relação ao seu pico histórico nunca chegou a 30%, enquanto em ciclos anteriores já foi maior que 60%. Essa nova realidade faz com que o Bitcoin se comporte menos como um ativo de pequeno capital e mais como um mecanismo de proteção no cenário econômico global.
A tendência é que a participação de instituições no mercado de criptomoedas aumente, trazendo também um foco em outros ativos. A projeção é que o mercado global de ETPs (Exchange Traded Products) relacionados a criptoativos chegue a US$ 400 bilhões até 2026, superando o maior ETF do mundo. Curiosamente, atualmente apenas 27% dos ETPs de Bitcoin nos EUA são geridos por contas institucionais, o que mostra que ainda há bastante espaço para crescimento.
Mudanças nas regulamentações ao redor do mundo também estão ajudando nesse cenário. Nos Estados Unidos, a SEC abriu portas para a oferta de uma variedade de ativos, incluindo Solana, XRP e Dogecoin, com centenas de propostas de novos ETPs sendo analisadas. No Reino Unido, restrições de comércio foram removidas, e países da Europa à América Latina estão criando marcos legais que tornam os ETPs de criptoativos padrão global de acesso regulado.
Recentemente, a SEC aprovou dois ETFs da 21shares, seguindo o modelo tradicional de fundos de investimento. Além disso, em setembro, novos produtos baseados em Bitcoin e outras criptomoedas foram lançados no Brasil, que é um mercado crescente na América Latina.
Circulação de stablecoins triplica
O relatório da 21shares também aponta um crescimento impressionante no volume de stablecoins, que pode ultrapassar a marca de US$ 1 trilhão em 2026. Isso é um aumento significativo em comparação com os US$ 300 milhões atuais. Esse setor, que cresceu rapidamente nos últimos cinco anos, pode ser impulsionado por novas regulamentações na Europa e nos EUA.
As projeções otimistas se estendem ainda para as finanças descentralizadas, que devem aumentar de US$ 130 bilhões para US$ 300 bilhões, e para a indústria preditiva, impulsionada pelas eleições nos EUA. Também se espera um crescimento nos DATs, saltando de US$ 110 bilhões para US$ 250 bilhões, embora se preveja uma concentração considerável de mercado nesse último caso.
Em relação ao Brasil, a estimativa é que em 2025 cerca de US$ 318 bilhões em criptoativos circulem na economia, com 90% desse valor em stablecoins. Setores como remessas, comércio e pagamentos estão no comando desse crescimento. Segundo Bruna Cabús, representante da 21shares na América Latina, as mudanças regulatórias em 2023 estimularam bastante o mercado, e a demanda permanece forte.
Por fim, o relatório menciona que a utilização de inteligência artificial nas finanças deve começar a se intensificar, especialmente em áreas como pagamentos e gestão de liquidez. Isso promete transformar a forma como lidamos com transações no dia a dia. Maximiliaan Michielsen, estrategista de investimentos da 21shares, ressalta que essa evolução pode facilitar o acesso a estratégias financeiras complexas por meio de comandos simples, criando novas oportunidades na economia descentralizada.





